Viagem no realismo visionário de Anna Maria Ortese: a tenacidade do olhar e a pena da “inexistência”
25/11/2015 blog

de Ivano Mugnaini

Estive sempre sozinha, como um gato”, escreve de si mesma Anna Maria Ortese.

Uma frase curta, aparentemente resignada, quase um lamento despretensioso, que nem chega a ser consolação. Na verdade, neste fragmento, neste estilhaço fino de vidro, encerra-se um céu grande que domina e oprime, uma claridade que impõe a visão dos contornos. A solidão é comum a muitos seres humanos. Mas, para alguns deles, que, apesar da sua vontade, têm o dom e a pena de perceber mais intensamente as luzes brilhantes e o halo cinzento da existência, é um fardo mais pesado, quase insuportável. É igualmente inevitável pensar na constante presença quase física, tangível, dessa solidão, nas muitas viagens que Ortese foi obrigada a fazer, mudando de cidade, casa, e pessoas, mas ficando sempre, apesar de tudo, sozinha. Mesmo nos seus contactos com o mundo literário, onde era hostilizada, mas também apreciada e honrada, quase a contragosto, mas de forma clara, por exemplo na ocasião em que ganhou o Premio Strega, mas também em muitas outras circunstâncias, é fácil imaginar o seu desconforto, a estranheza substancial, o desejo de voltar para sua casa, para o lado da irmã doente, e de cultivar um isolamento que era ao mesmo tempo cura e doença.

No entanto, no fragmento de vidro a partir do qual se inspirou esta breve tentativa de análise, há também o reflexo de um ângulo mais nítido e afilado. Involuntário, com toda a probabilidade, para quem o exprimiu, mas perceptível, porventura, com uma força vital devida a uma interpretação forçada por parte de quem o recebe: sozinha como um gato, anotava a escritora. Em primeiro lugar, nota-se a abordagem muito pessoal e oblíqua, que sempre caracterizou a prosa de Anna Maria Ortese. Geralmente costuma-se dizer, e pensar: “sozinha como um cão”. Normalmente, um gato, ou é doméstico, e, portanto, está sozinho apenas quando quer, porque assim o escolhe, ou porque precisa. Às vezes tem de estar sozinho para se defender dos seres humanos ou de outros animais, ou simplesmente porque apenas assim consegue dormir, pensar e olhar, observar a correria da vida, possivelmente sem ser visto. Aqui, a impressão é que Ortese, na sua viagem longa e complexa de ser humano e de escritora, tenha observado o mundo com uma curiosidade voraz, capaz de devorar em primeiro lugar a sua própria mente e energia. Mas assistir e anotar, com a sinceridade de alguém que está fora de todos os rebanhos e todas as congregações, era-lhe necessário, e um luxo que se concedeu a si própria, pagando-o com a exclusão e a reclusão, em sentido literal, dentro das quatro paredes onde cultivou o silêncio e a palavra, e os seus escritos, as folhas com as quais lutava todos os dias, tentando combinar a fantasia com a realidade.

Anna Maria Ortese nasceu em Roma em 1914, numa família modesta. Durante a Primeira Guerra Mundial, vive primeiro na Puglia, depois em Portici, na província de Nápoles, e mais tarde em Potenza, na Basilicata. Depois da guerra, o seu pai construiu uma casa na Líbia. Pouco depois, porém, voltou para Itália, para Nápoles. A relação com a cidade de Nápoles representa algo de fundamental na vida de Anna Maria Ortese. Mais do que um lugar, podemos falar de um relacionamento, de uma história apaixonada e atormentada com a duração de uma vida.

Vivi muito tempo numa cidade verdadeiramente excepcional. Aqui, […] todas as coisas, boas e más, a saúde e o sofrimento, a felicidade mais cantante e a dor mais lancinante, […] todas estas vozes estavam de tal forma unidas, confusas, misturadas umas com as outras, que o estrangeiro que chegava a esta cidade tinha delas […] uma impressão muito estranha, como de uma orquestra cujos instrumentos, compostos por almas humanas, tivessem deixado de obedecer à batuta de um maestro inteligente, e cada qual se expressasse por si próprio, despertando efeitos de maravilhosa confusão”(L’Infanta sepolta, Adelphi, Milão, 1994, p. 17).

Este é um dos retratos que a escritora faz, com paixão meticulosa, do rosto, de um dos rostos possíveis, da sua amada. Mas esta cidade, onde a liberdade de expressão das pessoas é absoluta e autêntica, talvez seja demasiado vívida e lacerante, mesmo para Ortese. Para aqueles que, como a escritora, anseiam por uma ponte que possa unir as margens da verdade e do sonho, esta realidade colorida, vibrante, mas também crua, de uma cidade impossível de compreender como Nápoles é inquietante, e constitui uma atracção tão intensa quanto dolorosa. Um lugar onde Anna Maria Ortese se encontra e reconhece a si mesma, mas onde também, certamente, se acaba por perder. Talvez não seja uma coincidência que um dos livros mais famosos que Ortese dedicou à cidade de Nápoles se caracterize no título por uma negação: Il mare non bagna Napoli. Como que para sublinhar, à maneira do poeta Eugenio Montale, que tudo o que podemos saber e ter, deste vasto conjunto de ruelas e vidas, é o que não sabemos e não possuímos. Ou, de uma maneira mais simples e, ao mesmo tempo mais complexa, poderíamos supor que o paradoxo lógico e geográfico em que se baseia o título é uma tomada de posição, uma trincheira defensiva: negar um dado de facto é uma maneira de escapar à oposição entre excesso de verdade e mistério, “todas as coisas, boas e más, a saúde e o sofrimento, a felicidade mais cantante e a dor mais lancinante ” geram uma confusão que é sim maravilhosa, mas também difícil de conciliar com este amor pela solidão, com a sua igualmente bela e igualmente absoluta necessidade.

Il porto di Toledo, o romance ao qual Anna Maria Ortese dedicou toda a vida, como uma enorme teia de Penélope, é a resposta, ou melhor, uma maneira de prolongar para sempre uma pergunta, uma persistência de ideias e sentimentos conflituosos : a atracção irresistível e a necessidade de fugir para outro lugar que que reside sobretudo no interior de si própria, sendo assim mais um paradoxo, o retorno a um ponto de partida que não pode ser aceite como estável. Esta é a convicção da autora, uma fuga constante, uma diáspora da mente e do coração para voltar ao lugar que lhe corresponde, mas do qual deve escapar constantemente.

Em Janeiro de 1933 morre em Martinica o irmão Emanuele, marinheiro. A perda leva-a a escrever poemas. A publicação de alguns destes poemas, após alguns meses, pela revista La Fiera Letteraria, será o seu primeiro incentivo para escrever. Em 1943 termina o seu primeiro romance, Pellerossa. O tema é coerente com a abordagem de Ortese, com o olhar e o ponto de observação que lhe são próprios. Ela mesma diz que nesta história «é esboçado um tema fundamental da [sua] vida: o choque das grandes massas humanas, a civilização desprovida de espaços e inocência, os grandes recintos a que serão conduzidos os homens comuns». Em 1937, publica os contos Angelici dolori, nos quais brilha novamente o desejo de mediação entre corpóreo e imaterial, projectando o humano numa outra dimensão, que, no entanto, é também ela sofrimento, implacável eterno retorno.

Depois, a sua inspiração artística parece desaparecer. Muda-se para várias cidades do norte da Itália, Florença e Trieste; em 1939 está em Veneza, onde encontra um emprego como revisora no Gazzettino.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, volta a Nápoles e contribui para a revista Sud , onde conhece, entre outros, Luigi Compagnone e Raffaele La Capria.

Em 1953 publica Il mare non bagna Napoli, mencionado acima, um dos seus romances fundamentais do ponto de vista literário e humano. O último conto do livro, Il silenzio della ragione (O silêncio da razão), dedicado aos escritores napolitanos, desperta uma violenta oposição na cidade. Parece uma mensagem dirigida a um amor atormentado, uma carta deliberadamente polvilhada de veneno. A criar a ruptura, uma cisão num sentimento de proximidade demasiado profunda, tão grande que chega a ser aniquilador. A partir deste momento, deste conto extremo, Ortese terá muita dificuldade em regressar a Nápoles. De regressar em carne e osso, diga-se, porque, na realidade, o vínculo permanece muito vivo, como já foi dito. Além de Il porto di Toledo, em 1975, também II Cardillo addolorato, escrito muitos anos depois, em 1993, atesta e confirma uma preocupação sempre presente pela cidade, uma compenetração profunda.

Numa das suas mudanças para Milão, escreve os contos Silenzio a Milano (Silêncio em Milão), título que é igualmente emblemático, como que a querer contrapor dois mundos que são ao mesmo tempo duas dimensões existenciais e expressivas, a exuberância do Sul e a necessidade de cores e tons mais suaves, quase ofuscados. A escritora, nos primeiros anos, tem uma relação especial com a cidade; nesta cidade, na década de 1950, nasce o amor com o editor-chefe de “L’Unità”, Marcello Venturi. Mas também Milão, com o passar do tempo, se transforma num lugar de exílio. Como se, à semelhança do que acontece com as cidades, também com as pessoas, a escritora sentisse uma atracção que, depois de algum tempo, acaba por transformar-se, mudar de sinal, talvez por excesso de afecto, ou por ter atingido um conhecimento excessivo, como um mistério que, uma vez penetrado, a aborrece ou assusta. A escritora irá deixar Milão, finalmente, durante os anos da contestação juvenil, em 1969, depois de ter iniciado aqui o primeiro projecto de Il porto di Toledo, refugiando-se em Roma. Face aos acontecimentos da história, às revoltas e conflitos, Ortese volta mais uma vez a fugir, primeiro para uma grande cidade, em seguida, para um ambiente mais recolhido, consentâneo com a sua necessidade de isolamento, Rapallo. Aqui irá viver por muito tempo, em companhia apenas de sua irmã, Maria, artista deficiente, quase um alter ego da escritora, um espelho em que se pode observar e reconhecer.

É fácil imaginar que, no sossego de Rapallo, cercada dos gestos rápidos e do dialecto ágil da Ligúria, Anna Maria Ortese pensasse, por contraste, na lentidão atávica do Sul, naquele mundo tão diferente da névoa abafada do Norte. A escritora percebia no Sul a consequência mais evidente do vazio interior que afligia o seu povo. Anotava, entre outras coisas, que, em Vieste, na Puglia, “parecia que [os habitantes] tinham perdido a capacidade de pensar, há centenas de anos que não esperavam já ninguém ou coisa alguma.” Esta declaração, ou seja, este testemunho absoluto, expresso pelo corpo e pela mente, do desespero, entendido na acepção exacta e inexorável de “falta de esperança”, horrorizava, muito provavelmente, a escritora. Talvez porque, também neste caso, ela reconhecia muito de si própria neste desespero. A sua resposta pessoal foi a escrita: dar uma forma e uma voz à falta de pontos de apoio, àquela dimensão amada ainda que estrangeira, ferozmente estrangeira, e incompreensível porque submersa pela verdade do mundo.

Em Città involontaria escreve, “tudo estava quieto, como se a vida se tivesse petrificado” e, num outro conto, observa, “ao olharmos em redor, não existia mais do que pedra.” Numa entrevista muito posterior, em 1994, que é quase um relatório ou resumo, diz:

Este nada, ou tudo, do universo, esta terrível estranheza do universo que, na tradição ocidental não é nada, ou quase nada, mas que para mim é tudo. […] Acreditamos estar sentados nalguma coisa, mas, na verdade, não estamos sentados em nada. […] Sentir esse indizível talvez me tivesse tornado má também em Il mare non bagna Napoli; talvez porque eu viesse do tempo da guerra, em que tinha viajado por toda a Itália: no meio do fogo, do ferro, do terror. E quando voltei, sentia a inconsistência da vida humana, e ver essa inconsistência, essa dor meridional, as pessoas reduzidas a nada, e a euforia das pessoas ricas que se divertiam, era uma loucura.”

A “lacerada condição universal” do Sul não é apenas uma reportagem pontual, um testemunho. É também e sobretudo um paradigma do desassossego interior, daquela perda total, definida como a perda das referências essenciais. Como acreditava Pasolini, a autenticidade perdida foi a única riqueza de um mundo agora distorcido e perdido. A Itália camponesa e paleo-industrial perdeu a sua única esperança quando abandonou as suas raízes e caiu num abismo do qual é impossível regressar.

Trata-se de um espaço imóvel, escuro e silencioso, em que não sobrevive nenhuma possibilidade de emoção, excepto uma forma de medo tão forte que faz com que se evite “pronunciar, no seu verdadeiro significado, a palavra homem.” Por um lado, portanto, Ortese sente as emoções, os sons e as luzes da realidade; por outro lado, chega a uma “sensação de frio e de nada.”

A análise é lúcida, ríspida, mas não devido a uma forma de complacência ou paternalismo decorrente de um sentimento latente de superioridade. Há um desejo genuíno de entender, de identificar as raízes do mal. Como se pode ver no trecho de Il mare non bagna Napoli citado abaixo, existem paralelos com o Leopardo de Tomasi di Lampedusa. Em particular, na referência ao “sono”, à apatia atávica. O Sul é examinado com um olhar lúcido mas sincero. Com uma penetração autêntica, não com o olhar de um colonizador ou de um entomologista que descreve um insecto estranho e doente: “Há nas terras do Sul mais extremas e brilhantes, uma força escondida que defende a natureza contra a razão; um génio materno, de poder ilimitado, a cujo cuidado ciumento e perpétuo é confiado o sono em que dormem aquelas populações. Se apenas por um momento esta defesa se afrouxasse, se as vozes doces e frias da razão humana conseguissem penetrar aquela natureza, esta seria imediatamente fulminada. Nesta incompatibilidade de duas forças igualmente grandes e inconciliáveis, ao contrário do que pensam os optimistas, a esta terrível e secreta defesa de um território – à natureza vaga, com as suas canções, as suas tristezas, a sua inocência surda – e não ao encarniçamento da história, que é como que “regulamentada”, se devem as condições desta terra, e o resultado miserável alcançado pela razão humana sempre que é organizada uma expedição ou são enviados os seus soldados mais ousados. Aqui o pensamento não pode ser mais do que servo da natureza, contemplando-a em qualquer livro ou obra de arte. Mal se atreve a mencionar qualquer desenvolvimento crítico, a manifestar qualquer tendência para corrigir a celestial conformação desta terra, a ver no mar apenas água, nos vulcões, outros compostos químicos, no homem, as vísceras, o pensamento morre.

Grande parte dessa natureza, deste génio materno e conservador, ocupa o mesmo tipo de homem, mantendo-o oprimido no seu sono; e dia e noite vela este sono, cuidando para que não se torne mais leve; lacerada pelas lamentações que a consciência do filho lança de vez em quando, mas pronta a sufocar o homem que dorme cada vez que este mostre querer mover-se, e tente lançar olhares e dizer palavras que não sejam as de um sonâmbulo. A imobilidade destas regiões tem sido atribuída a outras causas, sem, no entanto, um fundo de verdade. É a natureza que regula a vida e organiza as dores destas regiões. O desastre económico não tem outra causa.”

Natural, e não apenas graças a um jogo de palavras, é também a aproximação aos temas de Leopardi, à opressão em parte devida à natureza e, em parte, ao destino e à história.

As terras do Sul “ficaram suspensas no limiar de uma madrugada eterna”: ali, onde “Cristo nem sequer passou”, naquele silêncio que é também uma tentativa de diálogo, silencioso, mas forte, com algo que é difícil ver, mas se pode sentir, muitas vezes na forma de opressão, calor sufocante, imenso e ofuscante brilho, pode descobrir-se o significado da condição meridional.

A complexidade desta escritora exigiria uma análise muito mais detalhada. Mas a partir destas curtas notas, foi possível ter um vislumbre do seu universo, iniciando uma viagem de descoberta do mundo real e ao mesmo tempo imaginário de Anna Maria Ortese: um universo onde, a par dos sinais tangíveis dos lugares e acontecimentos da época, se sente a atracção e a necessidade de pensar, e de se pensar, num outro lugar, numa situação ideal, isolada e protegida, mas ao mesmo tempo mergulhada no fluxo, quase uma utopia imprópria e espúria, um sonho que não ignora a carne real do sofrimento que gostaria de redimir, se fosse possível fazê-lo.

A designação de “cigana absorta no sonho”, que Italo Calvino lhe deu é emblemática nesse sentido. A escritora está imersa no sonho, mas não no sono. Está absorta, abstraída, aparentemente alheia. Mas não está a dormir, uma parte dela permanece vigilante, presente e vê, com olhos não só reais.

“Assim pensei ir / para a Gruta,
no fundo da qual, / num país de luz, /
dorme, há cem anos, o jovem fabuloso.”

(Anna Maria Ortese, Pellegrinaggio alla tomba di Leopardi).

A Anna Maria Ortese se deve, entre outras coisas, o verso que deu origem ao título do filme de Mario Martone dedicado a Leopardi. Entre as irmãs e irmãos ideais da Ortese, é possível identificar autores e autoras muito diferentes entre si, mas unidos por uma rebelião que se manifesta sob a forma de uma fuga para locais de eleição, ilhas e fortificações defensivas, concretas e metafóricas. Elsa Morante, por exemplo, é-lhe afim: como Ortese, Morante acreditou na “inexistência”, num mundo de “contos de fadas”, mas sempre ancorado na verdade, na humanidade viva. Ou Leopardi “que entendeu e sofreu todos os nossos desesperos”, mas especialmente escritores estrangeiros como Thomas Mann e Ernest Hemingway, a quem ela chamou “um pedaço de mar e vento, um pedaço do céu e uma facada do sol.” É num outro domínio artístico, o das artes figurativas, que é possível provavelmente encontrar o que se poderia chamar uma representação iconográfica do significado e das sugestões profundas da escritora de Il Mare Non Bagna Napoli. As páginas de Ortese podem ser equiparadas às pinturas metafísicas de De Chirico, àquelas sombras que se alongam desmedidamente nas praças aparentemente sem vida, álgidas, aparentemente nascidas de um impulso mental abstracto. No entanto, se virmos bem, existe sempre um modelo concreto e uma observação prévia existente e cuidadosa do real. Real, porém, que não é suficiente, como também não é suficiente nem exacta a definição de surreal. A pesquisa, ininterrupta, sempre em devir, é aquela que procura uma realidade diferente, livre das misérias do contingente. Para chegar, talvez, num momento de privilégio absoluto, a uma compreensão mais intensa do mistério da dor e da beleza. E, porventura, surpreender num objecto, num relógio que marca uma hora imprecisa ou improvável, o sentido do humano.

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Comment da Virginia - 08 08UTC dezembro 08UTC 2015 alle 11:01 11Tue, 08 Dec 2015 11:01:53 +000053.

Un profilo completo della scrittrice, che deve mediare il conflitto tra la sua anima partenopea e lo spirito ‘universale’ che l’ha sempre portata a vagare alla ricerca di un luogo nel quale piantare solide radici. Il perenne pellegrinare è in fondo la prova di quel mondo inquieto che le si agita dentro, sembra sia l’estro creativo che ha necessità di vasti orizzonti, per rivelarsi eclettico e originale. Una vita di ricerca interiore ed esteriore, la sua, una vita nella quale le domande arrivano molto prima delle risposte.